Como entender minha namorada
Homem e mulher foram criados como seres correspondentes um ao
outro
Uma das
nossas maiores riquezas são as diferenças! No repertório do nosso Criador não
há chance de repetição! Cada pessoa é uma pessoa, cada homem é único, cada
mulher é única. E Deus nos quis fazer sexuados: masculino ou feminino. Aqui já
começam nossas diferenças e também nossas riquezas, pois à medida que as diferenças
se evidenciam o aspecto da complementaridade sobressai. E como sempre gosto de
ressaltar: nossa felicidade reside em estar com o outro, em servir e amar o
outro.
A
sexualidade vai além do aspecto corporal: há um “modo masculino” ou um “modo
feminino” que revelam comportamentos específicos de projetar o mundo, de agir,
de pensar, de enfrentar a vida; portanto, cada célula do organismo da pessoa
traz o selo do seu sexo. Desde o aspecto físico e fisiológico, isto é, o
funcionamento do organismo, até o aspecto psicológico a mulher é diferente do
homem: sempre mais delicada e com constantes alterações hormonais. O que
influencia consideravelmente em seu funcionamento psíquico, pois somos uma
unidade e existe uma interação entre a dimensão biológica e a psíquica.
Tendo
isso em conta, podemos perguntar-nos quais são as diferenças psíquicas
fundamentais entre o homem e a mulher. Mas antes convém saber que isso não se
trata da presença ou da ausência de características diversas, mas de variações
de intensidade e de tonalidade.
O maior
interesse da mulher dirige-se essencialmente aos seres vivos porque é
essencialmente materna. Essa característica a leva a se preocupar mais com os
outros do que com ela mesma, possuindo capacidade maior de resignação. Sente-se
feliz fazendo o outro feliz.
A
mulher, em sua sensibilidade, também quer ser protegida pelo homem, deseja
sentir-se a pessoa mais importante na face da terra para o seu amado; por isso,
em muitos casos, provoca ciúmes para ver a reação do amado e perceber se
realmente é amada.
Ela
deseja ser respeitada como pessoa considerando suas habilidades, inteligência,
profissão e também na vivência da sexualidade, mesmo no momento em que vivemos
no qual se instiga a liberalidade sexual. Na maioria das vezes as relações
sexuais ocorrem já no namoro – não porque a mulher assim o deseja, mas por
pressão do namorado, por medo de perdê-lo ou pela pressão da sociedade que
incentiva a luxúria.
Então
podemos deduzir que a mulher não é igual ao homem. Homem e mulher são complementares
um para o outro. O homem não é plenamente homem sem a presença da mulher,
nem esta é totalmente humana sem o complemento do homem. Homem e mulher
foram criados como seres correspondentes um ao outro. É o outro que nos
completa, que nos complementa. Por isso viva a diferença!
Não tenho namorado
Quando nos achamos incapazes de viver o namoro
Quem de
nós não se lembra da turma do colégio, com a qual brincávamos e partilhávamos
muitas horas de alegria e descontração, no cinema, na danceteria, festinhas,
entre outras atividades. Com o passar do tempo, muitos desses amigos, pouco a
pouco, foram encontrando alguém e começaram a namorar. Após alguns anos, aquela
galera dos animados finais de semana se reduziu em apenas alguns solteiros. E,
por fim, aquela pessoa que era a sua melhor companhia, de repente, também
anunciou que estava apaixonada por alguém. Parecia que todo o mundo tinha
encontrado a “cara-metade”...
Mesmo
sem querer admitir, quem não teve a mesma sorte, muitas vezes, sentia-se como
um “patinho feio”, sobretudo nas ocasiões em que o relacionamento vivido não
foi tão duradouro como gostaria.
A
partir dessa realidade muitos questionamentos começam a aparecer; e tudo é
motivo para acreditar que aquilo que o faz se sentir um “solteirão” ou
“solteirona” é a idade, a obesidade, a beleza que não é igual à de fulano (a),
a condição social e financeira, entre outras coisas.
Na
juventude, o que importava era namorar o (a) mais bonito (a) da escola. Naquela
época, isso significava o “prêmio” diante dos amigos. Para aqueles que se
deixam envolver por um conceito desvirtuado sobre seus relacionamentos, mal
podem entender o que realmente buscam viver com a participação de uma pessoa em
sua vida. E num sentimento egoístico, facilmente enquadram as pessoas, que
deles se aproximam, segundo os conceitos de suas paixões. Aquilo que foi
importante para um rapaz, ou uma moça, ontem, pode não ter significado algum, no
dia seguinte.
Hoje,
aprendemos a ver o namoro por meio de uma faceta diferente dos valores
sustentados por uma cultura que, facilmente, afeta a percepção dos menos
avisados. Entendemos que a presença de um amor em nossas vidas contribui para
que as sementes de nossas qualidades e virtudes floresçam. Isso significa que a
participação da namorada na vida do namorado deverá provocar nele o desejo de
ser melhor a cada dia, e vice-versa.
Encontrar
alguém que corresponda às nossas expectativas, muitas vezes, exigirá paciência
para ajudá-lo a perceber aquilo que já entendemos e esperamos a respeito da
vivência do namoro. E em outras ocasiões será necessário que baixemos as
possíveis e demasiadas exigências de uma perfeição, a qual também não
possuímos, mas que aplicamos aos outros.
Para aqueles que celebram o Dia dos Namorados parabenizando os
amigos, talvez, se achem incapazes de viver um namoro. Entretanto, buscar uma
pessoa somente para ter companhia, sabendo que esta não manifesta interesse em
estabelecer valores comuns, além de não trazer a realização para o
relacionamento como deveria ser, também vai impedir que o seu verdadeiro
pretendente se apresente .
Juntar vidas é juntar limitações
Não existe relacionamento maduro sem renúncia
Quando
nos aproximamos de alguém e iniciamos qualquer tipo de relacionamento (amizade,
coleguismo, namoro, matrimônio, ideais religiosos, etc...), nos aproximamos
também de suas fraquezas e frustrações. Quanto mais próxima for nossa
convivência, maior será essa constatação, pois teremos um contato muito maior
com as limitações da pessoa. Somente pela experiência do amor verdadeiramente
autêntico é possível ao ser humano começar a curar suas enfermidades e
construir uma história de vida equilibrada. Só o amor verdadeiro pode curar
as feridas que trazemos embutidas em nossa vida.
Ao unir
duas pessoas, em qualquer relacionamento, o amor une também seus sofrimentos.
Juntar vida é juntar limitações. O sofrimento e o amor são as experiências mais
íntimas e pessoais que existem. Se o amor revela o lado bonito da vida, o
sofrimento está sempre presente para lembrar um lado menos bonito, mais sério e
triste. E aqui não se trata de fazermos uma escolha entre amor e sofrimento. Na
verdade, essas duas realidades são a manifestação de uma única existência.
Excluir
o amor ou o sofrimento da vida é aniquilar-se. Somos modelados pelo amor e pelo
sofrimento. Infelizmente, como estamos vivendo num mundo cada vez mais
superficial, em que as pessoas buscam as coisas fáceis, instantâneas e
descartáveis, queremos fugir de relacionamentos que exigem sacrifícios,
renúncia, garra, perdão, recomeço...
Buscamos
coisas mágicas. Queremos emoções momentâneas, súbitas, fugazes. Só é bom aquilo
que é imediato e não exige esforços. Acontece que tudo que tem essas
características são realidades que se dissolvem rapidamente. Do mesmo jeito que
chegam, partem. Temos medo daquilo que exige intensificação de forças físicas,
intelectuais ou morais para a sua realização. Fugimos daquilo que exige
dificuldade e empenho, trabalho e empreendimento. Falta-nos coragem, destemor e
valentia. Com isso, quando deparamos com os sofrimentos que existem no amor,
queremos idealizar um amor sem sofrimento, uma vida inconseqüente.
Numa
vida superficial, na qual falta coragem para lutar, a pessoa perde a garra para
levar adiante os relacionamentos que exigem sacrifício. Por isso, muitos se
conformam e acabam por abandonar o barco. Uma coisa é certa: sem esforço,
garra e renúncia não existe cura para o ressentimento; do mesmo jeito que sem
perdão não existe a possibilidade de amar. Não existe relacionamento maduro
e equilibrado sem renúncia, perdão e sacrifício.
Relacionamento
é algo que não acontece de uma hora para outra. O verdadeiro relacionamento
deve ser cultivado todos os dias e a cada dia. Sem esse cultivo, o menor
sentimento negativo vira ressentimento e mata o amor.
Como viver a castidade no mundo erotizado
O namoro não existe para que vocês conheçam os seus corpos
A lei
de Deus afirma que o sexo só deve ser vivido no matrimônio; não há outro lugar
para a vida sexual. "A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence
ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à
sua esposa" (1 Cor 7,4). Note que São Paulo não fala em namorados e
noivos, mas esposa e marido.
Paul
Claudel, diplomata e escritor francês, disse: "A juventude não foi feita
para o prazer, mas para o desafio". Estamos em um mundo erotizado até à
exaustão, e tenho pena dos jovens por isso. Mas mesmo assim, Jesus continua a
chamá-los, bravamente, a uma vida de castidade. Hoje isso é uma marca do
verdadeiro jovem cristão.
Um
jovem casto é um jovem forte, cheio de energias para sua vida profissional e
moral. É na luta para manter a castidade que você se prepara para ser fiel à
sua esposa amanhã. A grandeza de um homem não se mede pelo poder que possui
de dominar os outros, mas pela capacidade de dominar a si mesmo. Gandhi dizia
que: "A castidade não é uma cultura de estufa... A castidade é uma das
maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza
necessária". E acrescenta: "A vida sem castidade parece-me vazia e
animalesca". E também: "Um homem entregue aos prazeres perde o seu
vigor, torna-se efeminado e vive cheio de medo" (Toschi Tomás, "Gandhi,
mensagem para hoje", Editora Mundo três, SP, 1977, pg. 105ss).
Alguns
querem se permitir um grau de intimidade "seguro", isto é, até que o
"sinal vermelho seja aceso"; aí está um grave engano. Quase sempre o
sinal vermelho é ultrapassado e, muitas vezes, acontece o que não deve. Quantas
namoradas grávidas...
Para
haver a castidade nos nossos atos é preciso que antes ela exista em nossos
pensamentos e palavras. Jamais será casto aquele que permitir que os seus
pensamentos, olhos, ouvidos, vagueiem pelo mundo do erotismo. O jovem e a jovem
cristãos terão de lutar muito para não permitir que o relacionamento sexual os
envolva e abafe o namoro. Jesus deu a receita da castidade: "Vigiai e
orai" porque "a carne é fraca" (cf. Mt 26, 41).
O
namoro não existe para que vocês conheçam os seus corpos... mas as suas almas. Um
namoro puro só será possível com a graça de Deus, com a oração, a vida
sacramental, a reza do Terço, com a vigilância e, sobretudo, quando os dois
quiserem se preservar um para o outro. Será preciso, então, evitar todas as
ocasiões que possam facilitar um relacionamento mais íntimo. O provérbio diz
que "A ocasião faz o ladrão", e que "Quem brinca com o perigo
nele perecerá". Se você sabe que, naquele lugar, naquele carro, naquela
casa, etc., a tentação será maior do que suas forças, então, fuja desses
locais. Essa é uma fuga justa e heróica.
É
preciso lembrar às moças que o homem se excita principalmente pelos olhos.
Então, cuidado com a roupa que você usa; com os decotes, com o comprimento das
saias... Não ponha "pólvora" no sangue do seu namorado se você não
quer vê-lo "explodir". O namoro não é o tempo de viver as carícias
matrimoniais, pois elas são o prelúdio do ato sexual, o qual não deve ser
realizado nessa fase. O que precisa haver entre os namorados é carinho, não as
carícias íntimas. Muitas vezes os casais não se dão conta disso. Não provoque
seu namorado.
Jovem
cristão, você está diante de um belo e enorme desafio: viver a castidade no
meio deste mundo "sexualizado" e erotizado ao extremo. Mas você sabe
que quanto maior é a luta, mais valiosa é a vitória! Por isso eu lhe digo: se
tivesse de dar uma medalha de ouro puro para um jovem que luta para ser casto
ou para um general que ganhou uma grande batalha, eu a daria ao jovem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário