Esclarecimentos

Assuntos : Aborto, Bíblia, Inferno/Céu, Imagens/Santos, Maria, Ressurreição e Trindade Santa.

ABORTO

DEFINIÇÃO: O aborto é a morte de uma criança no ventre de sua mãe produzida durante qualquer momento da etapa que vai desde a fecundação (união do óvulo com o espermatozóide) até o momento prévio ao nascimento.
Fala-se de aborto espontâneo quando a morte é produto de alguma anomalia ou disfunção não prevista nem desejada pela mãe; e de aborto provocado (que é o que costuma ser entendido quando se fala simplesmente de aborto) quando a morte do bebê é procurada de qualquer maneira: doméstica, química ou cirúrgica.
" Várias são as razões que me fizeram posicionar-me totalmente contra a realização deste ato de crueldade e covardia. Primeiramente não há como ser a favor do aborto e da vida ao mesmo tempo. Creio que isso por si só já responderia a pergunta que entitula este texto. Porém os argumentos daqueles que levantam a bandeira do aborto é forte e apelativo e eu não posso perder a oportunidade de dar embasamento para meu ponto de vista, pois sem isso a resposta se torna vazia. A Palavra de Deus já afirma que as pessoas se perdem por falta de conhecimento a cerca dos assuntos (cf. Os 4,6).
O aborto É, sem a menor dúvida, um assassinato, ou seja, um atentado direto contra a vida que é Dom de Deus. Por este motivo a Igreja se manifesta totalmente contrária a tal ato. Porém este artigo não se aterá a discutir a posição da Santa Mãe Igreja Católica Apostólica Romana, pois a mesma sempre foi e sempre será definitivamente contra o aborto e ponto final. Quero neste artigo mostra a você, talvez uma candidata ao aborto, o que você está prestes a fazer com seu corpo e com alguém indefeso.
O aborto, além de ser um ato cruel e covarde, é também um ato de extremo risco para a mulher que está se submetendo a tal procedimento. Abortar pode até parecer, inicialmente, uma solução rápida para o “problema”. Porém se analisarmos friamente a situação, com certeza enxergaremos que o aborto é um ato egoísta onde quem está sendo punido, com uma sentença de perda da própria vida, é alguém indefeso e que sequer pode falar. Agindo de maneira afoita as mães não pensam no que estão fazendo, muitas vezes influenciadas por médicos bandidos e anti-éticos, são emocionalmente obrigadas a ceder e se submeter a procedimentos evasivos e altamente perigosos.
A mulher recebeu de Deus um grande dom: o dom de gerar a vida, assim como Maria gerou Jesus Cristo. Ele, mesmo sendo Deus, quis ser gerado num ventre materno e passar por todas as etapas que cada um de nós passou. Isso já mostra que Deus dá valor à vida, antes de tudo pois se não fosse assim Jesus teria aparescido ao acaso. A graça de gerar a vida nem sempre é entendida pela mulher pois vivemos tempos de egoísmos profundos onde o ter, o poder, a estabilidade financeira, a carreira e tantas outras coisas precedem aquilo que sempre foi e sempre será os grandes valores. Valores, estes, que se perderam e fizeram as pessoas mudarem seus pontos de vista deixando de lado àquilo para que foram feitas: gerar a vida. Não estou fazendo afirmações machistas. Longe de mim. Tambem não estou afirmando que a mulher SÓ foi feita para isso. Estou apenas enaltecendo um dom, dado por Deus, que só a mulher tem. Além disso o fato de vivermos uma sociedade altamente promíscua onde tudo é permitido e o sexo fácil e desenfreado é cartão de visitas de muitos adolescentes e jovens, que irresponsavelmente entregam-se num ato de puro prazer onde não há o mínimo compromisso. Responsabilidade anda junto com compromisso e vice-versa. Atos irresponsáveis geram consequências irreparáveis e na maioria das vezes incontroláveis. E aí para resolver, facilmente, uma consequencia de atos irresponsáveis, o que é mais fácil? Abortar! Claro! Quanta facilidade, par não dizer outra coisa. Ressalto que os caminhos fáceis nunca levam a Deus e sempre nos afastam Dele. Isso não tem excessão.
O aborto tornou-se um ato meramente egoísta onde as consequencias daquilo que está se fazendo perdeu-se em algum lugar na história da humanidade. Hoje, mata-se por menos de um refrigerante. A vida tem perdido o seu valor, fazendo-nos reagir de maneira inconsequente diante de determinadas situações. Além do aborto, fruto de atitudes irresponsáveis, existem outras tantas situações de aborto que possuem teses e mais teses de pessoas famosas e que defendem, até muito bem, tal crueldade. Aborta-se para manter a natalidade, para não perder uma oportunidade de trabalho, para não perder um namorado, para não “estragar” o corpo, etc. Existem casos de extrema sensibilidade onde há relação sexual não consentida, ou seja, estupro. Mais digo que mesmo neste caso o aborto não é nem de longe uma saída. Puna-se o criminoso, autor do estupro e não a criança fruto dele que não pediu para nascer. Fala-se em incapacidade de amar um fruto de tal ato. Realmente. Se estamos falando do”amor” interesseiro e diabólico, no sentido real da palavra, que é pregado no seio das famílias, realmente será impossível. Agora se falarmos do verdadeiro amor, aquele com que Deus nos ama e nos capacita a amar: digo que é impossível cometer um abort. Quem ama valoriza a vida. Não há como separar o amor da vida. A vida nasce através de um ato de profundo amor entre um casal. Casal de homem e mulher. Não há outra definição de casal que possa gerar vida". ( Alan Cota )

BÍBLIA
História da Bíblia – 1 Mac. 12,9
            Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia. A bíblia é a coleção dos livros que contém a palavra de Deus, é uma mensagem que Deus dirigiu e continua a dirigir aos homens.
            O termo grego de onde provém a bíblia significava: os livros, em latim esse termo transformou-se num singular e passou a designar exclusivamente a coleção dos textos que formam as Sagradas Escrituras. “... A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto redigida sob a moção do Espírito Santo”.
            A bíblia é um livro diferente dos outros, pois demorou mais de mil anos para ser escrita. Isso é verdade. A bíblia é diferente sobretudo por ser inspirada por Deus (2 Tm 3, 16-17), certamente por isso é que mesmo sendo um dos livros mais antigos, ela continua sendo um dos 10 (dez) livros mais vendidos no mundo atualmente. Ela contém 73 livros, que são obras de diversos autores, mas como todos eles escreveram sob a ação do Espírito Santo, é Deus mesmo que deve ser tido como o autor primário da Bíblia.
            “... Deus inspirou os autores humanos dos livros Sagrados. Deus escolheu homens, dos quais serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo Ele próprio neles e por meio deles escrevessem, como verdadeiros autores, tudo aquilo que Ele (Deus) próprio queria.”
            Quando falamos em “livros inspirados”, entendemos aqueles livros que formam a bíblia e são chamados de canônicos. Essa inspiração para escrever livros da bíblia já foi encerrada no tempo dos apóstolos. Agora não se acrescenta mais nenhum livro.
            Qualquer fiel sinceramente apegado à sua religião tem-na, por assim dizer, constantemente em mãos, como Jônata apontava para nela encontrar conforto em todas as viscitudes da vida.

A composição da bíblia

            A bíblia contém 73 livros divididos em:
             Antigo Testamento: 46 livros
                        * Os 05 livros do Pentauteco
                        Gênese (livro das origens)
                        Êxodo (assunto principal é a saída do Egito)
                        Levítico (coleção de prescrições rituais relativo ao culto público e privado).
                        Números (narra a permanência dos hebreus no deserto) e
                        Deuteronômio (coleção de discursos e exortações a fidelidade para com Deus pela observância de seus mandamentos).
            * Os 16 livros históricos: Josué, Juizes, Rute, I Samuel (I dos Reis), II Samuel (II reis), I livro dos reis (III reis), II reis (IV Reis), I crônicas (I Paralepomenos), II crônicas (II paralipomenos) Esdras (I Esdras), Neemias (II Esdras), Tobias, Judite, Éster, I Macabeus e II Macabeus. Para apreciar esses livros é preciso levar em conta a finalidade dos autores sagrados, Eles querem evidenciar a mão de Deus no dirigir a sociedade de acordo com a religião e com a Salvação do gênero humano.
            * Os 07 livros Sapenciais: Jô, Salmos, provérbios, Elesiaste (Coélet), Cânticos dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico (Sirac). São chamados assim (Sapenciais, didáticos ou poéticos) por falarem muito sobre a sabedoria.
            * Os 18 Livros proféticos: Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséas, Joel, Amós, Esdras, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Maláquias. Nesses livros Deus usa dos profetas para exortar  o seu povo, e mostrar a necessidade deles andarem no caminho certo, e buscar a conversão para que o povo volte para o Deus único e verdadeiro que cuida de seu povo e que os libertou da escravidão.

NOVO TESTAMENTO

            * Os 04 Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
            A palavra Evangelho é de origem grega, significa Boa Nova. Os Evangelhos são escritos que contam a boa nova da vinda do Filho de Deus entre os homens. Antes de ser um livro, o Evangelho foi uma palavra pregada, antes de ser tido foi ouvido, como Jesus tinha falado assim falaram seus discípulos depois de sua morte.
            * O ato dos Apóstolos: Mostra o que aconteceu logo após o cumprimento da missão de Jesus neste mundo. Salienta uma coisa muito importante na vida da igreja: a ação do Espírito Santo.
            * As 14 cartas de São Paulo: Apesar do nome, nem todas foram escritas por São Paulo, mas mantém sua unidade e doutrina, as cartas são: Romanos, 1ª e 2ª Corintios, Calatos, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª e 2ª aos Tessalonicenses, 1ª e 2ª Timóteo, Tito, Filemon e aos Hebreus.
            * As 07 cartas católicas:  Essas epistolas, trançam-nos as linhas mestras de uma vida profundamente Cristã. São cartas dirigidas a todas as comunidades. As cartas são: Tiago, 1ª e 2ª Pedro, 1ª, 2ª e 3ª de João e Judas.
            * Apocalipse: Fecha o Novo Testamento e a Bíblia. Apocalipse é uma palavra grega que significa revelação, Deus revela seus mistérios sobre a vida e a salvação. Trata-se de uma mensagem sobrenatural, velada, ou seja: transmitida de maneira misteriosa e simbólica, por causa do clima de perseguição. Essa mensagem é dirigida a todos os cristãos que vivem dentro do longo período que vai da Ascensão do Senhor até o seu retorno no fim do mundo.
            Mas de maneira especial as sete igrejas da Ásia menor que passavam por dura provocação e perseguição religiosa.
            É para esses cristãos que João escreve. O apocalipse é uma carta de encorajamento na fé na certeza de Cristo que jamais há de falhar. Lembra que apesar do sofrimento e da morte, deve-se continuar crendo e esperando a volta e a recompensa de Jesus. Essa dura provação faz parte da vida de todos os que colocaram sua esperança no reino de Deus.
   
DIFERENÇA ENTRE A BÍBLIA CATÓLICA E A PROTESTANTE

            Existe uma diferença quanto ao número de livros. O Novo Testamento são iguais (27 livros), mas o antigo Testamento da Bíblia Evangélica (ou protestante) não possui 7 livros que fazem parte da Bíblia católica. São eles: Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1º e 2º Macabéus. Além disso o livro de Daniel, deles, não tem os capítulos 13 e 14, nem versículos de 24 a 90 do capítulo 3, não tem também os capítulos 11 e 16 do livro de Éster.
            Essa divergência surgiu depois da destruição de Jerusalém, a partir daí os Judeus se espalharam pelo mundo, e viram  a necessidade de traduzir a Bíblia para o grego,que era o idioma universal daquela época, e aí entraram esses 7 (sete) livros*. Os fariseus não quiseram acertar estes livros como inspirados  por Deus ,e Lutéro também tomou essa decisão ao traduzir a Bíblia para o alemão anos mais tarde. Mas a igreja sempre reconheceu esses livros como inspirados por Deus, ou seja, verdadeiros.
            Não queremos dizer que não se possa ler a Bíblia evangélica, tudo que está nela é verdadeiro, nela apenas não possui todos os livros que ha na Bíblia católica . A maior diferença entre essas Bíblias não está no contexto bíblico mas nas diferentes interpretações que uns e outros dão ao texto bíblico. 
            A interpretação dos católicos é uma só, no mundo inteiro, por seguirmos o magistério que é a palavra oficial da igreja. 

**Observação: Esses 07 (sete) Livros tratam da regra da fé,constituem a norma da fé  na vida da igreja, por isso são chamados de Canônicos, eles não contém erros de doutrina, por isso a igreja os tem como verdadeiros.

Existem erros na Bíblia?
            A resposta é simples. Não! Antes de apontarmos onde está o erro, devemos ver se estamos entendendo a Bíblia como “mensagem da Salvação” ou como livro de ciências. Fique bem claro que a Bíblia não tem a finalidade de ensinar-nos a história dos povos, nem a situação geográfica dos países antigos,nem Astronomia nem a matemática.
            A Bíblia é um livro estritamente religioso. Tem a finalidade única e exclusiva de apresentar-nos a mensagem de Deus.
            Quando dizemos que na Bíblia não há erros, estamos nos referindo à sua doutrina, ou seja, naquilo que diz respeito a fé. É para isto que foi escrita. Por exemplo: Moises diz que as águas do dilúvio “cobriram a face da terra” (Gn 7.24). Mas será que cobriram mesmo todo nosso planeta? Isso não nos interessa sob o ponto de vista da salvação.
            Naquele tempo, os homens nem sabiam da existência desta parte do globo que habitamos hoje. Então para eles o “universo” era apenas aquela região habitada por eles.
            O que a mensagem (ou o autor ) quer nos dizer, é que Deus puniu o mal em geral, independente se o dilúvio tenha atingido toda a terra ou somente uma parte.
            Outro exemplo de um aparente erro está em Jos.10,13. O caso de Josué fez o “sol parar”. Hoje sabemos que o sol não gira em torno da terra, é a terra que gira em torno do sol. E daí? Vamos dizer que a Bíblia está errada? Analisar um fato de uma época com critérios de outra é um erro gravíssimo. Sabemos que naquele tempo todos supunham que a terra era fixa e que o sol girava em torno dela. É preciso considerar que este é um texto poético, que não pode ser tomado ao pé da letra. O que o autor quis dizer é que Deus interferiu naquela situação, fazendo com que se prolongasse a claridade do dia. O resto é secundário.
             Ainda hoje sabendo que o sol é fixo nós dizemos: “o sol nasce”, o sol se levanta, o sol desce, etc. Trata-se de um modo de falar, não é uma afirmação de caráter científico. Portanto não é a palavra de Deus que está errada, mas a interpretação que damos à Bíblia Sagrada.
            Se entendemos a Bíblia dentro de sua finalidade estritamente religiosa, vamos concluir que nela não existem erros.

Quem pode interpretar a Bíblia?
            Vimos que os erros que aparecem na Bíblia não são erros da palavra de Deus, mas de interpretação errada. Interpretar um texto da Bíblia é dizer qual é o verdadeiro sentido daquele texto.
            Jesus ressuscitou  e subiu ao céu, não está em nosso meio para nossas dúvidas, mas está quem o próprio Cristo confiou a missão de ensinar em seu nome com autoridade. Esse alguém é a igreja Católica (Mt. 16, 18-19). A palavra da igreja tem autoridade, porque ela presenciou todos os fatos da vida de Jesus. A igreja e a Bíblia se completam. Quando a igreja escreveu os evangelhos, ela não fez o simples papel de cronista ela escreveu depois de viver essa palavra no meio de perseguições e provações, à semelhança do Mestre.
            A este ensinamento que vem da igreja, desde os tempos dos Apóstolos, nós chamamos de “tradição” e a voz oficial da “tradição” nós chamamos de “Magistério da Igreja”. O magistério é a igreja ensinando como mestra, quando fala das coisas da fé em nome de Jesus Cristo. O magistério é a voz oficial da Igreja.
             “... O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus, escrita ou transmitida, foi confiado unicamente ao magistério da igreja cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo”. (Concílio Vaticano II, DV 10).

Como devemos ler a Bíblia?
            A Escritura Sagrada não é um feixe de verdades para ampliar as nossas idéias e nossos interesses, como se Deus pudesse endossar até nossos erros. Isso é um pecado contra o Espírito Santo.
            Precisamos ler a palavra de Deus “desarmados” de preconceitos e das segundas intenções. Devemos ler a Bíblia para encontrar nela, não o que desejamos ouvir, mas o que Deus quer nos falar. Ler de coração aberto. Numa atitude de “escuta” e acolhimento. O importante não é perguntarmos “quem Deus é”, mas o que Ele quer de nós.
            Só conhecer a palavra de Deus, sem vive-la é apenas tomar conhecimento, antecipadamente das verdades que nos condenarão (Jo, 12,48). Basta lembrar que o diabo sabia de cor a Bíblia. E até a usou para tenta-lo (Mt 4, 5-7).
            Aconselhamos a você a buscar diariamente fazer sua leitura e meditação da palavra de Deus e é bom que você faça isso sempre no mesmo horário assim você sempre nesse horário irá se lembrar que é este o seu momento de oração e de intimidade com o Pai e não irá se ocupar com outras coisas.
            Devemos lembrar de ler a Bíblia e fazer uma relação da passagem (o trecho que estamos lendo) com a nossa realidade e buscar aí uma direção para nossa vida.
            “A igreja sempre venerou as divinas escrituras da mesma forma como o próprio corpo do Senhor: ambos alimentam e dirigem toda vida Cristã. Tua palavra é lâmpada para meus pés e luz para o meu caminho”.
            A bíblia não foi escrita à maneira de um livro qualquer. Ocorre com a bíblia algo fora do comum. Apesar de os 73 livros terem sido escritos num longo período de mais de mil anos, por autores diversos e em épocas diferentes, eles mantêm entre si uma unidade maravilhosa. Todos os 73 livros estão ligados entre si por um único “fio condutor” . Esta espécie de fio condutor faz com que todos esses 73 livros não percam de vista o seu objetivo comum: a nossa salvação.
             Sabemos que na bíblia encontramos, consolo e alimento para nossa vida. Não deixe de buscar tudo isto que a bíblia te oferece por preguiça. O dia tem 24 horas não é possível que você não possa ter ao menos 10 minutos do seu dia para sua oração e reflexão da palavra de Deus.
            Deus tem todo tempo do mundo para você, e você não pode tirar um pouquinho do seu tempo para falar com Deus?

Fonte: Catecismo da Igreja Católica nº81, 106, 141.
              Livro: Conheça melhor a Bíblia (Padre Luiz Cechinato).


IMAGENS E SANTOS

            Pessoas não católicas e pouco conhecedoras da Bíblia e das verdades da fé católica, muitas vezes perguntam: por que acreditamos nos santos? Ou porque aceitamos as imagens se a bíblia as condena?
            Buscamos aqui levar a você um esclarecimento sobre esses assuntos, para que você não tenha dúvida sobre o valor da interseção dos santos e também o valor das imagens que temos e que “veneramos” e não adoramos.
            Obs.: Adorar = prestar culto a divindade (Deus)
                        Venerar = Tratar com respeito, ter grande consideração.

            As Imagens: Na Bíblia encontramos passagens que condenam a feitura de imagens, ex. Ex. 20, 2-5, Deut. 27, 15. Por outro lado encontramos na mesma Bíblia passagens onde Deus manda construir imagens, ex.: Ex. 25, 18-22, Num. 21, 8-10. Existe  contradição na Bíblia? A resposta é simples: claro que não! Deus condena a construção de imagens enquanto a ídolos, ou seja, como se fossem Deus. Proíbe a idolatria e não as imagens.
            O que é idolatria? Idolatria é a adoração de uma imagem como se ela fosse em Deus. Quando Deus proibiu as imagens, a terra estava cheia de idolatria e os povos vizinhos dos judeus adoravam imagens de falsos deuses.
            Hoje em dia infelizmente adoramos muitos falsos deuses, como a televisão (programas que passam nela) que nos prendem a ela e muitas vezes tira um tempo nosso em que deveríamos estar conversando com nossa família; o dinheiro que quando mal usado nos torna gananciosos e egoístas, nos levando a febre do “ter” e do consumismo; também as drogas, a luxúria, etc. Muitas vezes não percebemos e não damos conta que adoramos esses falsos deuses que nos aparecem de forma camuflada e atrativa (carros, bens materiais, etc.).
            Nós católicos não podemos adorar as imagens, devemos lembrar que elas nos mostram exemplos de pessoas que assumiram o projeto de Deus em suas vidas de forma real, e que como elas também nós somos capazes de assumir esse projeto.
            São inúmeros os casos de pessoas que se converteram contemplando uma imagem do Senhor Jesus e da Bem-Aventurada Virgem Maria ou dos Santos. As imagens foram e continuam sendo a Bíblia dos analfabetos e uma forma eficiente de transmitir verdades eternas. Também as imagens são como nossos álbuns de fotografias, que quando olhamos um, lembramos de pessoas que amamos e que queremos bem, ao olhar uma imagem também estamos admirando a pessoa que ela representa, e lembrando que ela foi uma pessoa boa que ajudou outras pessoas de várias formas.
            “Antigamente ,Deus que não tem corpo nem aparência, não podia ser representado por uma imagem. Mas agora que se mostrou na carne e viveu com os homens, posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus.” (São João Damasceno).
            Todos os sinais de celebração Litúrgica são relativos a Cristo: são-no também as imagens sacras da Santa Mãe de Deus e dos Santos. Significam o Cristo que é glorificado neles.
            “A beleza, a cor das imagens estimulam minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto estimula meu coração a dar glória a Deus”. (São João Damasceno).
            Hoje em dia fala-se muito em aparições e visões de Santos ou imagens (na madeira, parede, etc.), nós que já temos uma fé madura, não devemos buscar resposta se essas aparições são verdadeiras ou não. Se você não acredita não há necessidade de sair gritando que é mentira, pois não podemos destruir a fé do outro que muitas vezes é simples e pura. Se destruirmos essa fé eles vão passar a acreditar somente naquilo que puderem encontrar explicações e certezas. Lembre-se: os mistérios de Deus estão muito acima de nosso conhecimento, são inexplicáveis.

“Negar as imagens é negar que Cristo se fez homem”

            Os Santos: Os santos representam para nós, pessoas que assumiram o compromisso com Deus e se entregaram de verdade, devemos olhar para eles e ver que é possível uma adesão total ao plano de Deus.
            Ao canonizar certos fiéis, a igreja reconhece o poder do Espírito de Santidade, que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. Os santos sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da igreja. Com efeito a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu clã missionário.
            A interseção dos santos. Pelo fato de os habitantes do céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe valioso auxílio.
            As testemunhas que nos precederam no reino, especialmente as que a igreja reconhece como Santos, participam da tradição viva da oração pelo exemplo modelar de sua vida, pela transmissão de seus escritos e por sua oração hoje. Contemplam a Deus, louvam-no e não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Entrando na alegria do Mestre, eles foram “postos sobre o muito” (Mt. 25, 21), sua intercessão é o mais alto serviço que prestam no plano de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro.
            Como vimos não precisamos ter medo de pedir ajuda aos Santos, eles sempre nos ajudarão nas nossas necessidades, no entanto não nos esqueçamos que é Jesus quem cura e faz os milagres, e não os santos (Santo Expedito, São Judas Tadeu, etc.), eles só nos dão um apoio para alcançarmos nossas graças. Por isso nosso primeiro agradecimento deve ser voltado para nosso Deus uno e trino.

“A igreja não precisa de doutores, mas de homens e mulheres Santos”. (Papa João Paulo II).

Fonte: Santos: - catecismo da igreja 826, 956, 2683
               Imagens: - catecismo 1159, 1161-116
                   livro: em defesa da fé (Diácono Francisco A. Araújo)

INFERNO E CÉU

O inferno

            Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-los. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos (1 Jo 3, 14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos.         
            Morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido. É este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem aventurados que se designa com a palavra “inferno”. (Mt. 25, 31-46).
            Deus é infinito amor e misericórdia, é também justiça infinita. Por causa da justiça de Deus e também por causa do seu total respeito pela liberdade humana, o inferno é uma possibilidade real como destino eterno de uma pessoa. É difícil para nós entendermos este aspecto do mistério de Deus. Mas o próprio Cristo o ensinou e também a igreja o ensina. A doutrina do inferno está claramente na Escritura (Mt 25, 34-41, Mc 9, 43).

A maior pena do inferno
            Jesus fala muitas vezes da “Geena”, do “fogo que não se apaga”, reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo e alma e o corpo (Mt 13, 41-42).
            As almas que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do inferno. A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e as quais aspira.

Nossa liberdade e o inferno

            As afirmações da Sagrada Escritura são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Constituem também um apelo insistente à Conversão (Mt. 7, 13-14).
            Como desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor, vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos se contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.
            Deus não predestina ninguém para o inferno, para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (pecado mortal) e persistir nela até o fim (2 Pd. 3, 9).
            Crer no inferno é acreditar na responsabilidade e liberdade absoluta do homem, no verdadeiro valor de seus atos frente ao destino humano.
            Jesus não exercerá nenhum castigo, mas será o próprio homem, com sua atitude (liberdade) que decidirá seu destino eterno. (Ecle. 15, 16-17).
            Deus nos predestinou unicamente a seu reino; o inferno é uma criação do homem. Por isso a igreja, embora afirma a realidade dos santos já viverem com Deus, jamais se atreveu a pronunciar-se sobre possíveis condenados.
             Só existe um caminho para a plenitude do Reino de Deus, por onde toda a humanidade redimida é convidada a transitar. O inferno é a partir deste ponto de vista, ficar à beira, isolado, de costas.

O purgatório
            Sabemos que os justos (santos) irão para o céu, e que os que não se arrependem do seu pecado vão para o inferno. Mas e aqueles que se esforçam para ter uma vida correta, mas que devido a sua humanidade, está sujeito a erros. Para onde vão esses?
            Se você morre no amor de Deus mas está com “manchas de pecado”, estas manchas são eliminadas num processo de purificação chamado PURGATÓRIO. Tais manchas de pecado são principalmente as penas temporais devidas aos pecados veniais ou mortais já perdoados, mas para os quais não foi feita expiação suficiente durante sua vida. É bom lembrar que este estado de purificação (purgatório) final dos eleitos e completamente diferente do castigo aos condenados (inferno).
             Tendo passado pelo purgatório, você estará plenamente livre do egoísmo e será capaz do amor perfeito. Seu eu egoísta, aquela parte de você que sem cessar procurava  a auto satisfação terá morrido para sempre, o seu “novo eu” será sua – mesma pessoa íntima, transformada e purificada pela intensidade do amor de Deus por você.
            Além de ensinar a realidade do purgatório, a igreja ensina os fiéis, que da terra eles podem ser de grande ajuda para os que estão no purgatório, oferecendo por eles o Sacrifício da missa, orações, esmolas e outros atos religiosos. (2 Macabeus 12, 38-46).

            ... “Crer no purgatório implica acreditar numa religião em que a pureza não é condição excluente, pelo contrário, o Cristianismo é para seres humanos reais, com pecados e contradições.”

            “Deus se quisesse poderia fazer uma igreja de anjos ou seja perfeita, mas Ele no seu infinito amor pelos homens quis fazer sua igreja com eles, mesmo sabendo que os homens estão sujeitos a falhas.
  
O Céu
            A graça, presença de Deus dentro de você, é como uma semente vital, que cresce e está destinada, um dia, a desabrochar na sua plenitude. Deus se deu a você, mas de um modo escondido. No tempo presente, você o procura mesmo se já o possui. Mas chegará o tempo em que sua procura vai terminar. Você então verá e possuirá a Deus completamente. Isto é o que foi revelado.
            Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o vêem “tal como Ele é, face a face”. (1 Jo 3,2; 1 Cor. 13, 12).
            Isto é o céu: a visão direta de Deus face a face como Ele é Pai, Filho e Espírito Santo, a comunhão com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem aventurados, um êxtase de contentamento que vai além de toda imaginação humana; o “agora” da eternidade no qual tudo é sempre novo, aprazível e presente para você, a ausência total de dor, de pesar, de más recordações; o gozo perfeito de todos os poderes da mente e do corpo.
            O céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva.
            Viver no céu é “viver com Cristo”. Os eleitos vivem “nele”, mas lá conservam – ou melhor, lá encontram – sua verdadeira identidade, seu próprio nome (Ap. 2,17).
            Por sua morte e ressurreição, Jesus Cristo nos “abriu” o céu. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados a Ele.
            Este mistério de comunhão bem aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. (1 Cor. 2,9).
            Em razão de sua transcedência, Deus só poderá ser visto tal como é quando Ele mesmo abrir seu mistério à contemplação direta do homem e o capacitar para tanto, isto é chamado pela igreja de “visão beatífica”.
             O céu é isto. Quer dizer, isto é uma descrição pálida e humana daquilo que Deus prometeu aos que o ama, daquilo que Cristo conquistou para nós com sua morte e Ressurreição.

A esperança dos céus novos e da terra nova
            No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado.
             Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo. Será chamada de “Céus Novos e Terra Nova” (2 Pd. 3, 13). Será a realização definitiva do projeto de Deus, querida por Deus desde a criação. (Ef. 1,10), (Ap. 21,2; 9).
            ...”depois que propagarmos na terra, no Espírito do Senhor, os valores da dignidade humana, e todos os bons frutos da natureza e do nosso trabalho, nós os encontraremos novamente limpos,  de toda impureza, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal. Deus será, então, “tudo em todos”. (1 Cor 15, 28).
            ... o reino de Deus será a máxima expressão de uma comunidade verdadeira entre irmãos; os seres humanos poderão auto-doar-se totalmente a seu próximo, sem os limites nem as contradições que hoje cerceiam (cortam) sua capacidade de comunicação. Cada um será transparente para o outro; ao ser completamente compreendido e aceito, poderá dar a conhecer sua interioridade, sem medo de rejeição ou de incompreensões. O reencontro com pessoas queridas o puro recuperar as amizades perdidas, para uns, e o reconciliar antigas inimizades, para outros.
            ... crer no céu é acreditar na possibilidade de o homem aceder a um futuro em que todas as utopias encontrem realização.

Fonte: Catecismo da Igreja Católica nºs 1024-1028, 1042-1045, 1050.
            Livro: Céu e Inferno. O que significam hoje?

MARIA  Gal. 4, 4-5

            Nós católicos somos muito questionados por nossos irmãos protestantes com relação a Maria. Procuramos tentar esclarecer para você a importância da presença de Maria em nossa vida, e que ela é sim nossa mãe e por isso podemos e devemos pedir sim, que ela interceda por nós.
 1 – Maria é nossa mãe
            Jesus é o único filho de Maria, mas a maternidade de Maria estende-se a todos nós (homens), a quem Jesus veio salvar: ela gerou seu filho, do qual Deus fez o primogênito entre uma multidão de irmãos (Rm. 8, 29), isto é entre os fiéis, em cujo nascimento e educação ela cooperou com amor materno (CIC 501).
            Maria teve um único filho, Jesus, mas nós católicos cremos que pouco antes de morrer, Jesus confiou, através de João, a Maria nossas vidas e a partir dali passamos também a ser filhos de Maria (Jo 19, 25-27).
2 – A humildade e o sim de Maria (Lc. 1 – 1-38)

            ... Eis aqui a serva do Senhor faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc. 1, 38).

            Aqui Maria mostra sua coragem, sua humildade e nos ensina como acolher o projeto de Deus em nossa vida. Ela mesmo sabendo do risco que corria, pois naquela época as mulheres que ficavam grávidas e não tinham maridos (não eram casadas) eram apedrejadas até a morte em praça pública. Mesmo assim, correndo risco de vida, Maria disse sim (nós no momento de perigo ou perseguição em nossa caminhada temos a coragem de Maria?).
            Maria também mostrou-se humilde, e sabia que sua missão era servir. Ela não se importou mesmo sabendo que “estava com o rei na barriga”, foi servir sua prima Isabel que estava grávida, ela mesmo sendo a “escolhida de Deus”, foi servir (Lc. 1, 39-56). E nós muitas vezes não somos humildes como Maria. Por pouca coisa nos achamos melhores que os outros? Devemos lembrar de Maria que era a escolhida de Deus, mas foi a que mais serviu, a mais humilde de todas as criaturas.

3 – Maria e os dogmas

            Os dogmas são verdades de nossa fé católica, são luzes no caminho de nossa fé que o ilumina e o torna seguro. Essas verdades nós católicos não podemos de forma alguma rejeitá-las.
            Com relação a Maria existem quatro dogmas de fé, vamos aqui mostrar o que a igreja fala sobre esses dogmas:
            3.1 – Maria Mãe de Deus – Theotokos

            Como pode um ser humano, ser mãe de Deus, Ele que é o criador de todas as coisas?
            “Maria se tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do filho de Deus em seu seio: Maria é Mãe de Deus, não porque o verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas Porque é dela que Ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido, ao qual, na pessoa se diz que o verbo nasceu segundo a carne”.
            Como vimos, Maria é mãe de Deus Filho (encarnado) e não do Deus Pai (o criador). Em várias passagens da bíblia Jesus mostra que Ele e o pai são um só: (Jo 1,1; 5,18; 10,30; 14,8-9, 20, 28-29, Flp. 2,5-11, Tit. 2, 13), por isso nós cremos que Maria é mãe de Deus.
            Podemos deste dogma tirar três lições: pensar que tipo de mãe foi Maria e como sua missão ajudou a missão de Jesus, compreender como Maria se relaciona com Deus e ver como sua missão materna diz respeito a cada um de nós.
            Maria acompanhou cada fase da vida de Jesus, Ele teve um crescimento normal, precisou de cuidados e de ser educado como qualquer outra criança na fase de crescimento e quando Maria viu que Jesus precisava cumprir sua missão ela não o segurou, mas continuou com Ele, fazendo parte daqueles que eram seus seguidores.
            Quando afirmamos que Maria é mãe de Deus, não estamos dizendo que ela se torna uma deusa, nem entra na Trindade, mas como Deus, se comunica conosco por meio de Jesus e do seu Espírito. A maternidade de Maria toca a cada pessoa divina:
             A – Deus Pai: Maria filha predileta do Deus Pai, é a escolhida;
            B – Deus Filho: Maria é mãe, educadora e discípula de Cristo;
            C – Deus Espírito Santo: Maria é esposa do Espírito Santo que fecundou a Virgem.

            A maternidade de Maria toca também a cada um de nós que temos traços de mãe. Santo Ambrósio, no séc. quarto dizia que cada cristão é mãe como Maria, pois gera Cristo na sua alma e no seu coração. Quanto mais cultivamos a ternura, a intuição, o cuidado, a acolhida, a capacidade de zelar pela vida ameaçada, mais estaremos realizando nosso lado cristão de mãe. Isso vale para homens e mulheres. Maria nossa mãe vai nos ajudar a cultivar tudo isso em nosso coração.

            3.2 – Maria. A Virgem Is. 7,14
            É verdade de fé católica que Nossa Senhora ficou perfeitamente sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto.
            A virgindade de Maria apresenta problemas no diálogo com as outras igrejas cristãs. Elas acreditam que o nascimento de Jesus aconteceu por intervenção do Espírito Santo, mas dizem Maria teve outros filhos, pois a bíblia cita “os irmãos de Jesus”. (Mc. 6,3).
            Este dogma se divide em três partes: concepção virginal, virgindade perpétua, virgindade no parto.
            Concepção Virginal: Nós cremos na concepção virginal de Jesus, ou seja, que Ele foi concebido pelo poder do Espírito Santo, e não com a intervenção de José, o esposo de Maria. Com isso Deus não desvaloriza as relações entre casais que se amam e constroem um projeto de vida em comum. Deus poderia ter realizado a encarnação de Jesus por meio de uma relação normal entre José e Maria. Isso não diminuiria em nada a divindade de Jesus e a santidade de Maria. Mas aconteceu diferente, por pura graça e iniciativa de Deus, envolvendo a resposta humana e a participação de Maria.
            Mateus e Lucas coincidem ao falar da concepção virginal. Segundo eles não é José que engravida Maria, (Mt. 1, 16, 18-25, Lc. 1,31-34, 3, 24) Jesus é concebido realmente pela ação do Espírito Santo (Mt. 1,20 Lc. 1,35). Maria é a única origem humana de Jesus, como Virgem se torna mãe (Mt. 1, 16-25, Lc. 1, 27-35).
            Opção celibatária de Maria (Ez.44,2): A igreja afirma que Maria não teve outros filhos, em Ez 44,2, vimos uma das citações bíblicas onde a igreja crê na virgindade perpétua de Maria. Vejamos outros argumentos. Em Mc. 6,3 aparece uma lista de irmãos de Jesus e há ainda outros textos que fazem referência aos “irmãos de Jesus”.
            A primeira explicação diz que “os irmãos de Jesus”, significam parentes próximos, antes não se usava o nome de primos, tios, etc., como hoje, os laços familiares eram muito estreitos. As vezes na bíblia, um parente próximo é denominado irmão, ex. Abrãao tio de Lot (Gn. 11, 31) chama-o de irmão (Gn 13, 8). Moisés considera como irmãos seus compatriotas (Ex. 2, 11).
            A segunda explicação é muito antiga, mas as fontes não são de confiança. Ela diz que os irmãos de Jesus eram filhos de José de um primeiro casamento. José seria viúvo e esses irmãos de Jesus, seriam meios irmãos de Jesus por parte de José.
            A terceira explicação é que esses irmãos de Jesus eram seus primos. Essa versão se espalhou com Epifânio e Agostinho no séc. quarto. Eles aproximavam o texto de Mc. 15, 40 e 16, 1, que diz mãe de Tiago e José longe da cruz, com, Jo 19, 25 que lembra a presença junto a cruz de uma irmã de Maria. Agostinho considera que mãe de Tiago e José citada por Marcos é a irmã de Maria citada por João. Ou seja, Tiago e José, chamados de irmãos de Jesus eram filhos da irmã de Maria, logo primos carnais de Jesus. Assim por ampliação todos os irmãos de Jesus seriam filhos de sua tia e seus tios.
            Também na passagem de Lc. 1,34, a igreja acredita que aí está o propósito de Maria em permanecer virgem.
            Ao acolher a virgindade de Maria, procuramos ir além da questão biológica, reconhecemos que Maria Virgem é um símbolo para toda humanidade.
            Na virgindade de Maria encontramos a expressão máxima da consagração a Deus “de corpo e alma”. Ela inspira a todos aqueles que por livre disponibilidade, colocam-se diante do Senhor e dos irmãos e irmãs com o compromisso de castidade.

            Fechando este dogma deixamos duas frases de protestantes que reconhecem a virgindade de Maria:

        Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e íntegra.
(Zwingle, em Corpus Reformatorum)

        Creio que (Jesus) foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou Virgem pura e imaculada.
(John Wesley, fundador da Igreja Metodista)
           
3.3 – Imaculada Conceição
            Maria como “nova Eva” foi quem primeiro e de forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado.
           Isto era possível para a onipotência de Deus; portanto de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
            Esta verdade foi proclamada em 1854, mas a devoção a Maria Imaculada acontece desde 1300, desde lá essa doutrina fez progresso rápido entre os fiéis, induzindo desde o séc. XV, a igreja a introduzir no seu calendário litúrgico a festa de Imaculada Conceição de Maria (8 dezembro).
            Este dogma parece fácil, porque nós sentimos que Maria é uma pessoa completamente iluminada por Deus. Mas o dogma ap resenta dificuldades e mal entendidos. Muitas pessoas acham que Maria nasceu e viveu tão santa, que não tinha dúvidas, e as dificuldades de uma pessoa comum. Seria tão santa que nasceu “prontinha”. Não precisava crescer.
            Ninguém nasce pronto. Cada um se desenvolve com o tempo, aprende a ser gente. Aprende a amar e ser amado, recebe religiosidade dos familiares e pessoas próximas. Você já imaginou como é fascinante a gente ser, sempre, até a hora da morte, aprendiz da vida?
            Ninguém começa sua vida a partir do nada, pela fé reconhecemos que somos parte de um grande projeto amoroso de Deus, que estamos marcados por sua graça e pela corrente de amor, bondade, acolhida de tantos seres humanos que vieram antes de nós. Mas o mundo também tem violência, mentira e maldade, que contagiam cada pessoa que nasce. Ao começar a existir já estamos sob a influência das forças do bem e do mal.
            O dogma da Imaculada Conceição afirma que o segredo de Maria, que respondeu a Deus de maneira total tem sua raiz na graça, ou seja. Ela é imaculada por mérito de Deus e não dela própria. Ela recebe um dom especial, nasce com mais capacidade de ser LIVRE e escolher a proposta divina.
            O fato de Maria ser Imaculada não lhe tira o esforço de ser peregrina na fé. Pois isso faz parte da sua situação de ser humano, que necessita crescer e aprender. Maria não nasce “prontinha”. Também é aprendiz da vida. No início ela não entende tudo (Lc.2, 49-50). E no decorrer da vida, Jesus a surpreende muitas vezes (Mc. 3, 31-35), mas diferente de nós trilha um caminho sem desvios ou atalhos.
            Maria na sua fidelidade ao projeto de Deus, nos ensina o caminho da santidade, por isso a igreja nos manda rezar: “Ó Deus, que preparaste uma digna habitação para o vosso filho, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão”.

            “Ó Maria concebida sem pecado, roga por nós que recorremos à Vós”.

            “Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo. Ele a escolheu n’Ele (Cristo) para ser santa e imaculada em sua presença no amor”.

            3.4 – Assunção de Maria
            Este dogma é uma das festividades mais antigas da igreja, há mais de 1.500 anos a igreja festeja este glorioso mistério ou privilégio concedido a Santíssima Virgem. Festejado no dia 15 de agosto, a Assunção de Maria tem nomes diferentes, como Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Abadia ou da Glória, etc. Vamos aqui abrir um parêntese para uma breve explicação: sempre ouvimos falar de “várias santas” como Nossa Senhora de Fátima, Lourdes, Aparecida, etc. É bom lembrar que não são várias Nossas Senhoras, mas todas são uma só todas representam Maria a mãe de Deus, que ao aparecer em países diferentes recebe o nome da cidade onde ela apareceu.
             Para muitos esse dogma nem traz problemas, nem soluções, mas alimenta a devoção do povo à Maria do Céu.
            Este mistério exclui a morte natural de Maria? Não! A morte natural como simples término da vida como existência terrena não tem nada de humilhante para Maria, ainda mais que ela em tudo quis ser semelhante ao seu Divino Filho (Jesus também desceu à mansão dos mortos).
            Os cristãos no decorrer dos séculos começaram a pensar como seriam essas últimas realidades depois da morte. Então com a ajuda da bíblia, da filosofia e teologia imaginaram assim: depois da morte, o corpo se separa da alma, temporariamente. A alma que é a dimensão mais importante da pessoa, na qual está sua identidade, vai para o encontro com Deus no juizo particular. Aí, ela vai apresentar tudo de bom ou ruim que realizou nesta vida, se a pessoa está bem com Deus e o próximo, então ela gozará das alegrias eternas no céu.
            No fim dos tempos, Jesus voltará com glória e poder e acontecerá a ressurreição dos mortos, ou seja, cada um vai receber um corpo transformado, de acordo com sua situação depois da morte.
            A alma volta a se unir ao corpo, mas um corpo glorificado.
            Dentro desse pensamento é que foi proclamado o dogma da assunção. Maria, diferente de nós, não precisou esperar o fim dos tempos para receber um corpo glorificado. Depois de sua vida terrena ela já está junto de Deus com o corpo transformado, cheio de graça e luz.
            Não podemos entender ao pé da letra a assunção como se Maria subisse ao céu com o corpo (carne, osso, pele e sangue) que ela possuía aqui na terra. O corpo de Jesus com o corpo de Maria assunta NÃO são como o de Lázaro (Jo, 11, 43-44) ou o do filho da viúva Naim (Lc. 7, 13-15). Essas pessoas voltaram a morrer e seus corpos se estragaram. O corpo de Maria, ao contrário foi transformado e assumido por Deus.
            “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma a glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como rainha do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação da ressurreição dos outros cristãos.”
            Obrigado Maria, porque tu já estás junto de Jesus ressuscitado, olhando por nós, os peregrinos neste mundo. Obrigado por nos mostrarem que o amor é definitivo, que Deus assume e transforma tudo o que somos e o bem que fazemos. Amém.

4 – O valor da intercessão de Maria
            Em Jo 2, 1-11, temos o primeiro milagre de Jesus, onde fica claro para nós o valor da intercessão de Maria. Maria percebe onde falta alegria em nossa vida, assim como percebeu que faltava vinho, que era a alegria da festa em Caná, ela percebe o que falta em nossa vida e leva tudo até Jesus, pedindo por nós e para nós, pedindo a Jesus que derrame sua bênção sobre nós. ... “Assunta aos céus, não abandonou estes múmus salvifico mas, por sua múltipla intercessão contínua a alcançar-nos os dons da Salvação eterna (...) Por isso, a bem aventurada Virgem Maria é invocada na igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira”...
            Lembramos ainda que Maria assumiu-nos como filhos, sempre sabendo que era livre para dizer não, mas ela disse sim. Maria foi visitar Isabel mas não ficou na sala de visita ela foi servir, trabalhar para sua prima, Maria foi convidada para festa de Caná, mas só descobriu que faltava vinho porque estava na cozinha trabalhando. Ao receber o anúncio do anjo Gabriel, Maria poderia ter dito não, mas ela disse sim... Maria não cessa de rogar por nós, por nossas famílias até o dia em que estaremos chegando na glória do Pai e lá ela, “Maria a porta do céu”, estará abrindo as portas da vida eterna para nós.
            Muitos católicos não amam Maria, deixamos aqui um depoimento de um protestante sobre Maria, esse relato mostra que se nossos irmãos evangélicos e aqueles que tem dúvida sobre Maria, fossem buscar a fundo, viriam a razão pela qual AMAMOS MARIA.

            “Quem são todas as mulheres, servos, Senhores, príncipes, reis, monarcas da terra, comparadas com a Virgem Maria que nascida da descendência real (do rei Davi) é além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da terra? Ela é a cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante, a mais nobre imperatriz e rainha exaltada e bendita acima de toda a nobreza com sabedoria e santidade”. (Martim Lutero, fundador da Igreja Protestante).

            Terminamos deixando uma pérola de Santa Terezinha falando sobre Maria:

            “... a santíssima Virgem, não tem uma santíssima virgem para amar, ela é menos feliz do que nós...”

            Ame Maria e você será mais feliz.

            Fonte: Catecismo da Igreja Católica – Números 501, 466, 411, 492, 966 e 969. Site: www.cleofas.com.br

RESSURREIÇÃO

Ressurreição: verdade real e suprema. At. 13, 32-37

            A ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela tradição, estabelecida pelos documentos do novo testamento, pregada juntamente com a cruz, como parte essencial do mistério pascal.
             O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatados, como atesta o novo Testamento: “Eu vos transmiti... o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras. Foi sepultado, ao terceiro  dia ressuscitou, segundo as Escrituras.” (1 Cor. 15, 3-4).
            “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé” (1 Cor 15, 14). A ressurreição constitui antes de mais nada a confirmação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou. Todas as verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua justificação, se ao ressuscitar Cristo deixa a prova definitiva, que havia prometido, de sua autoridade divina.

Creio na ressurreição de Cristo e na nossa
            Cremos firmemente e assim esperamos que da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, assim também depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia. Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade (Rm. 8, 11).
            Crer na ressurreição dos mortos foi desde os inícios um elemento essencial da fé cristã. “A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos, crendo nela, somos cristãos”.
            Como podem alguns dentre vos dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, Cristo também não ressuscitou (1 Cor 15, 12-13).
            A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus a seu povo. A esperança na ressurreição corporal mortos foi se impondo como uma consequência intrínseca da fé em um Deus criador do homem inteiro, alma e corpo (2 Macabeus 7,9).
            Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que n’Ele tiverem crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue.
            Ser testemunha de Cristo é ser testemunha de sua ressurreição (At. 1,22). A esperança Cristã na ressurreição está marcada pelos encontros com Cristo ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele, por Ele.

Ressurreição do Corpo de Cristo
            A morte de Cristo foi uma morte verdadeira enquanto pôs fim à sua existência humana terrestre. Mas, devido à união que a pessoa do filho manteve com seu corpo, não estamos diante de um cadáver como os outros, porque “não era possível que a morte o retivesse em seu poder”. (At. 2, 24-27).
            Jesus estabeleceu com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalparam e com Ele comeram. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um “corpo glorioso”: não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai.
            A ressurreição de Cristo não constituiu uma volta à vida terrestre como foi o caso das ressurreições da filha de Jairo (Lc. 8,40 – 49-55), o jovem Naim (Lc 7, 11-17) e Lázaro (Jo cap. 11), em determinado momento estes voltaram a morrer. A ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, Ele passa de um estado de morte para outra vida, para além do tempo e o espaço. Na ressurreição, o corpo de Jesus é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de glória de modo que São Paulo pode chamar a Cristo de “o homem celeste”.

Como e quando será a ressurreição dos mortos
            Desde o início, a fé cristã na ressurreição deparou com incompreensões e oposições. “Em nenhum ponto a fé cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da carne”. Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa humana prossiga de um modo espiritual. Mas como crer que este corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
             O QUE É RESSUSCITAR? Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando a espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus restituirá definitivamente a vida a nossos corpos unindo-os as nossas almas, pela virtude da ressurreição de Jesus.
            QUEM RESSUSCITARÁ? Todos os homens que morrerem: os bons para a ressurreição da vida, e os maus para a ressurreição do julgamento (Jo 5, 29).
            DE QUE MANEIRA? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo (Lc. 24,39). Da mesma forma “nele” todos ressuscitarão com seu corpo, que tem agora, porém este corpo será “transfigurado em corpo de glória”, em corpo espiritual (Mt. 22, 30; 1 Cor 15, 44) este corpo ultrapassa nossa fé e entendimento, sendo acessível na fé.
            QUANDO? Definitivamente no último dia (Jo 6, 39-40, 44, 54; Jo 11, 24) “no fim do mundo”. Com efeito a ressurreição está intimamente associada a Parusia (volta) de Cristo. (1 Ts 4, 16).

            ... Crer na ressurreição implica acreditar que Deus exulta a condição humana, além da capacidade do próprio homem, a ponto de Ele mesmo assumi-la para sempre na encarnação.

Fonte: Catecismo da Igreja Católica nº5 627, 638, 639, 645, 646, 989, 991, 992, 994, 995, 997, 999 e 1001.
Livro: Inferno e Céu. O que  significam hoje?

TRINDADE SANTA

Mistério da Santíssima Trindade (2 Cor. 13,13)

            “Cremos firmemente e afirmamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus, eterno, imenso e imutável, incompreensível, todo-poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas, mas uma essência, uma substância ou natureza absolutamente simples”.

                        - eterno                                                          - não é nascido - inacessível
Pai-Deus        - sem princípio                                               - educador
                        - onipotente – onipresente – onisciente

Jesus (filho)  - filho / gerado (mesma substância)
                        - palavra / sabedoria

Espírito Santo – Sopro-amor

A – “Filho e Espírito Santo são as duas mãos do Pai que nos tocam e nos moldam a sua imagem e semelhança” (S. Irineu).
            A santíssima Trindade é modelo para a comunidade humana pois encontra-se entranhada na experiência da vida proclamada por Jesus de Nazaré. Constitui-se na união de três pessoas distintas (substância e essência) cuja relação é eterna, inconfundível, intocável, infinita, primando pela unidade, pela harmonia que gera a comum-união da mútua interpenetração. Constituem-se de três individualidades concretas e objetivos.
B – Vislumbra-se em cada pessoa da trindade Santa o amor por excelência que as identifica eterna e reciprocamente através do diálogo, da abertura e da doação, rejeitando a imagem de um Deus isolado, egoísta, e só. A Trindade é a realidade criativa primeira, constitutiva, que permeia nossa vocação celestial no Pai vê-se a referência última da transcedência, no Filho, pela encarnação, vê-se a plena revelação do mistério salvífico e no Espírito Santo contempla-se a transparência de unidade transcendente e imanente.
C – Pai – origem e fim de toda libertação.
            “Deus Pai, a primeira pessoa da Santíssima Trindade, criador onipotente do céu e da terra, princípio sem princípio, fonte e origem da vida trinitária. Ele é o Pai do Filho Unigênito. É também princípio ativo espirador do Espírito Santo”.
D – Filho (Jesus) – mediador da libertação integral.
            “Filho, segunda pessoa da Santíssima Trindade, eternamente gerado pelo Pai, não sendo por isso criatura. Por comunicação recebe do Pai a natureza divina, a essência e a substância, não por ato de vontade ou coação extrínseca. Sendo consubstancial ao Pai é dele Verbo, imagem e sacramento tanto na esfera intra-trinitória quanto em sua missão encarnatória”.
E – Espírito Santo – força para libertação integral
            “Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, procede como de um só princípio do Pai e do Filho, sendo consubstancial a eles, igualmente adorado e glorificado. A processão do Espírito Santo a partir do Pai e do Filho não deve ser chamada de geração, mas de expiração, expressão do mútuo amor do Pai e do Filho”.

Mistério maior do que nossa compreensão
            O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na “hierarquia das verdades de fé”.
            O Pai que gera o Filho com a participação do Espírito Santo e espira o Espírito Santo com a participação do Filho.
            Na ordem imanente (permanente) diz-se que é próprio do Pai e inascebelidade e a paternidade; do filho ser gerado; do Espírito a ser espirado do Pai e do Filho. Na ordem da História da salvação a fé crê e professa que o Pai é a origem da história da salvação e das missões do Filho e do Espírito Santo. É próprio do Filho a encarnação e do Espírito Santo a missão de santificação e de produção da humanidade de Jesus no seio da Virgem Maria. Se o único Deus verdadeiro é a Trindade de pessoas, então, toda revelação histórica de Deus implica uma revelação da trindade.
            O mistério da Santíssima Trindade não tem explicação clara nas escrituras foi criada através dos tempos pela igreja inspirada por Deus.
             Certa vez um grande Sto Agostinho estava em uma praia, ali meditava tentando compreender e desvendar o mistério da Santíssima Trindade, de repente viu uma criança que fez um buraco na areia e com um copinho pegava a água do mar e levava até o buraco. Encabulado com a inocência da criança disse para ela:
            - “Meu filho, você nunca vai conseguir por toda água do mar, neste buraco que você fez!”
            Para seu espanto a criança respondeu:
            - “É mais fácil eu por toda água do mar nesse buraco, que você entender o mistério da Santíssima Trindade!”
            O estudioso ficou espantado com a resposta, mas feliz porque viu que aquela criança era um anjo do Senhor que lhe dava a resposta que ele tanto buscava.
             A Trindade é um mistério da fé no sentido estrito um dos mistérios escondidos em Deus que não podem ser conhecidos se não forem revelados do alto.
           A Trindade é una. Não professamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: “a Trindade consubstancial”. As pessoas divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: “O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai. O Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por natureza”.
            Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina”.
            São distintos entre si por suas relações de origem: “É o Pai que gera o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede. A unidade divina é trina.
            O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só princípio. Contudo cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo sua propriedade pessoal.
            Inseparáveis naquilo que são, da mesma forma o são naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do Espírito Santo.

Fonte: Catecismo da Igreja Católica
            Nºs 202, 234, 237, 253, 254, 258 e 267.





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